Às vezes a vida tem uma forma curiosa de nos fazer viver experiências inesperadas. De um problema surge uma oportunidade única. Esta é a história de como viajei até Amsterdão de maneira inusitada e (re)descobri esta extraordinaria cidade.
Este ano fomos passar o Natal com a família do meu marido, a Hamburgo, na Alemanha. Quem viaja de avião nesta altura do ano já sabe que tudo pode acontecer: aeroportos cheios, aviões com atraso, cancelamentos, bagagens perdidas, confusão de pessoas e trânsito, espirros, gripes e tosse, greves… stress e mais stress. O que nós fazemos pela alegria do Natal! Viajar nesta altura do ano implica muita paciência porque estamos todos, desde passageiros a staff dos aeroportos e companhias aéreas, a viver o mesmo stress e a desejar estar noutro sítio qualquer, nomeadamente em casa debaixo de uma mantinha…
Eu não gosto nada de confusão, por isso, viajar nestas condições é um desafio, só compensado por aquele momento da chegar ao destino e ver a felicidade estampada na cara dos nossos familiares. Adoro chegar carregada de prendas e ser recebida pelos olhinhos arregalados de surpresa dos meus sobrinhos. À ida para Hamburgo, tudo bem. Ou melhor, 4 horas de atraso, perdemos o avião de ligação, tivemos que comprar bilhetes para o seguinte… mas chegamos… à volta é que as coisas se complicaram.
No dia 26 de Dezembro, lá fomos para o aeroporto de Hamburgo preparados para a viagem de volta a casa. Íamos mais leves de prendas, mas com uns quilinhos a mais da indulgência gastronómica natalícia. Fizemos “check-in online” com “fast-lane” por isso entrámos por uma zona especial do aeroporto, com acesso rápido e menos confusão. Esperámos pacientemente pelo nosso avião até que, no momento de entrar para o avião, no último controlo, mandam-nos parar: o nosso bilhete não era válido. Como? Aparentemente tínhamos feito a reserva, não para o dia 26 de Dezembro, mas para o dia 26 de Janeiro… um mês depois… ficámos naturalmente petrificados com a notícia!
Depois do choque, sentamo-nos a consultar freneticamente os telemóveis, procurávamos a possibilidade de reservar outro voo…. mas a realidade apanhou-nos de surpresa: a maioria dos voos para Portugal já estavam completos e os poucos lugares disponíveis custavam mais de 1500 euros por pessoa… “É Natal, é Natal…la, la, la,” Foi então altura de pensar “out of the box”….
Viajar por cidades alternativas.
Que tal, em vez de fazer o trajeto Alemanha-Lisboa-Faro, parar em Paris, Londres ou Amsterdão (qualquer cidade com aeroporto internacional de grande frequência) e de aí tentar um charter ou uma ligação direta a Faro? Pesquisei desta forma e consegui voos de Alemanha a Faro, via Amsterdão por 200 euros por pessoa! O único senão é que teríamos que ficar dois dias em Amsterdão, entre voo e voo… E assim foi, como, de um momento para o outro fizemos uma escapadinha… Claro que também tínhamos que adicionar o valor do hotel, táxis ou Ubers e as refeições, mas já que a alternativa era pagar um valor altíssimo de bilhete de avião ou pagar o mesmo (ou ainda menos) e transformar um problema numa escapa romântica, porque não?
E ainda bem, tivemos imensa sorte e desfrutámos de um dia de sol inteirinho (mas com dois graus) seguido de um dia de chuva e neve. Aproveitei para refrescar a memória de Amsterdão, onde já tinha estado várias vezes mas sempre por trabalho, e apaixonei-me pela zona da “The 9 Street”, umas ruas cheias de lojinhas interessantes, cafés e galerias de arte, entre os canais mais bonitos da cidade, muito perto do Old Town, da zona antiga da cidade e dos Western Canals. Passámos o dia a caminhar por estas curiosas ruas, passámos pelo mercado das flores, o Palácio Real, a zona dos Museus e finalmente atrevemo-nos pelo “Red District”…
Tirei muitas fotografias e apontamentos do que que visitar e o fazer, que partilharei como todos os detalhes nos próximos posts. Aqui ficam, as mais bonitas deste dia.
Ah, nesta história nem tudo são rosas… apanhámos uma gripe extraordinária em Amsterdão (ou algures nos aeroportos ou nos aviões) e quando voltamos a Portugal fomos diretamente para a cama! Passámos pela primeira vez em 12 anos juntos, o Fim de Ano com chazinho e paracetamol…
Quando a vida nos dá limões…
Feliz Ano Novo!
O barco da direita é um Barco-Museu, que pode ser visitado.
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