Oktoberfest, tradição, cerveja e música no Vila Vita Parc

Bailarico à séria e tal e qual como na Alemanha. No Algarve, a Oktoberfest, também conhecida como a Festa da Cerveja organizada pelo Vila Vita Parc, é já um acontecimento imperdível. As semelhanças com a festa original em Munique são espantosas. Os mesmos bancos e mesas de madeira corrida, uma banda a interpretar ao vivo música pimba alemã, as transbordantes jarras de cerveja de um litro, as especialidades gastronómicas desde o codilho assado à variedade de salsichas com chucrute, os belos vestidos tradicionais “dirndl” que acentuam as curvas femininas e os calções de pele “lederhosen” a dançar em cima das mesas compõem um quadro festivo cheio de estereótipos folclóricos da Baviera. É tudo tão típico, tão caraterístico e tão apelativo que facilmente entramos no espírito da “Wiesn”. Se ainda não foi este ano, apresse-se, a festa dura até domingo, dia 8 de Outubro.

Eu, como boa germanófila (olhem o peso do meu apelido de casada), já lá fui dar o meu pezinho de dança e conto-lhe por aqui todos os detalhes desta festa…

Cá está a família completa, na Oktoberfest do Vila Vita Parc.

Quando no sábado passado cheguei a Porches, em Lagoa, no Barlovento Algarvio, não esperava ser transladada espacialmente à cidade de Munique. A verdade, é que a recriação da Oktoberfest feita pelo Vila Vita Parc, impressiona. O restaurante “Biergarten” transforma-se num festival de cor, alegria e música. O terraço é ampliado com uma enorme tenda, onde cabe um palco e dezenas de mesas de madeira corrida. Na noite da minha visita haviam mais de 500 pessoas, e não pense que eram todos alemães… não, não, cada vez mais esta festa é querida por portugueses e residentes algarvios… uma mistura cosmopolita de pessoas de todas as idades à procura de diversão.

Música pimba alemã? E porque não?….

A banda Müncher Gaudiblosn tocou toda a noite canções típicas desta festa, à medida que as jarras de um litro “mass” de cerveja da Erdinger, iam jorrando alegria. Os empregados do Vila Vita Parc, ataviados com os típicos trajes “trachten”, andavam atarefadíssimos com a distribuição das pesadas jarras de cerveja e com o serviço das especialidades gastronómicas mais tradicionais: os panados “schnitzel”, os pães “bretzl”, a salada de batata, o codilho de porco com chucrute, as salsichas ou a deliciosa tarte de maçã “apfelstrudel” tudo realmente delicioso!

Mas se pensa que esta festa é apenas uma desculpa para beber, comer e dançar, fique a saber que é um tradição com mais de duzentos anos e que está hoje, mais viva que nunca.

Festa com muita tradição

A grande festa da cerveja, Oktoberfest, tem uma longa tradição na Baviera e a sua origem estará relacionada com as festas de final de vindima e de recolha dos centeios no final do Verão. A verdade é que, embora se chame festas de “Outubro” tradicionalmente celebra-se a meados do mês de Setembro. Alguns historiadores relacionam a Oktoberfest com as festividades criadas pelo Rei Ludwig I para celebrar o seu casamento em 1810. As tradicionais toalhas de mesa e bandeirinhas aos quadradinhos branco e azul símbolo desta festa, refletem as cores da estado federal da Baviera.

A Oktoberfest original de Munique, – sim, porque entretanto já se celebra um pouco por todo o lado-, recebe anualmente mais de 5 milhões de visitantes, ou seja, quase metade da população portuguesa… Há imensos detalhes interessantes sobre esta festa tão tradicional e querida para os Alemães. Eu tive a sorte de visitar o recinto original da festa há alguns anos atrás e fiquei surpreendida com a dimensão deste evento e a seriedade que o povo coloca na vivência da tradição folclórica.

Tudo começa no sábado que se segue ao dia 15 de Setembro, com uma cerimónia especial de abertura dos barris de cerveja, exatamente às 12.00 horas e o grito do “O’zapft is”. Este momento continua a ser um ritual tão importante na cultura alemã que é transmitido em direto pela televisão e sai em todos os telejornais e capas de jornais e revistas.

A recriação da Oktoberfest do Vila Vita Parc no Algarve é já uma referência.

O recinto da Oktoberfest é composto por várias tendas montadas especialmente para a ocasião, algumas são públicas, onde qualquer pessoa pode entrar e outras, mais seletas, são reservadas com um ano de antecedência por empresas ou famílias endinheiradas. Para além das tendas onde se come, bebe e dança, existe também uma feira popular com atrações, carrinhos de choque e rodas gigantes.

A etiqueta manda vestir os trajes típicos da Baviera, conhecidos por “trachten”: para os homens camisas aos quadrados e as calças de pele “lederhose” e para as senhoras, os vestidos “dirndl”. Nos últimos anos, como o revivalismo das tradições e o impulso de desenhadores de moda, os trajes típicos têm-se vindo a requintar e cada ano sai uma nova tendência. Para que possa imaginar, o valor de um “dirndl” normal começa em 100 euros, mas os de desenho e elaborados em tecidos nobres, podem atingir os 2.000 euros. O vestido ou conjunto de saia e colete é adornado com um avental, cuja forma de apertar o laço revela se a senhora está solteira, comprometida, casada ou é viúva! Por mais estranho que nos pareça, o código do laçarote do avental é, ainda hoje, levado muito a sério.

Numa festa desta categoria, o que mais se bebe, é naturalmente, a cerveja. A tradição manda pedir jarras de cervejas de um litro, as “mass”. Para minha absoluta surpresa, o preço das jarras é um tema oficial e político, e este ano rondou os 11 euros. O consumo de cerveja chega a atingir os 7 milhões de litros.

A Oktoberfest original dura duas semanas, durante as quais se multiplicam os estados etílicos mas, o que realmente impressiona é a vivência séria das memórias, do folclore e das tradições bávaras.

Como nem todos podemos ir à Oktoberfest de Munique, posso afiançar-lhe que a pequena recriação do Vila Vita Parc é bastante fiel à original e permite desfrutar desta festa em todo o seu esplendor!