Quem me tem seguido nos últimos anos sabe que passei recentemente por vários hotéis e resorts de luxo em Portugal e não só. De todos os lugares que visitei nos últimos tempos, o Six Senses Douro Valley foi o que mais me impactou. Vale a pena reservar um fim de semana ou uma escapada mais prolongada no Douro, só para conhecer este hotel, quinta e spa de luxo. Nem precisa de sair do resort, pois neste lugar idílico existe tudo aquilo que pode imaginar e precisar durante umas férias de sonho.
Primeiro, a localização. Ou melhor, como dizem no setor imobiliário: “a localização, a localização, a localização”. O Six Senses está situado num pedaço de céu junto ao rio Douro, na mítica Quinta de Vale de Abraão, a poucos quilómetros do Peso da Régua. Das janelas rasgadas do hotel, pode contemplar-se a beleza serena do rio com as suas cores cambiantes entre laivos azuis e verde-jade. O edifício de traça antiga portuguesa está rodeado de um arvoredo denso e secular. Para além das árvores frondosas existe um jardim cuidado, uma paisagem natural aprimorada com relvados espessos, arbustos de flores, árvores de fruto e uma horta de ervas aromáticas, pequenos legumes e verduras de produção biológica usados com mestria pela cozinha do hotel.
As primeiras Impressões
Ao chegarmos à curva da estrada sinuosa de Samodães, somos supreendidos por uma escultura em ferro que anuncia de forma carismática a presença do resort. Segue-se a descida de uma ladeira íngreme, ladeada por vinhas perfeitamente ordenadas que vão rendilhando a geografia das escarpas. E lá aparece ele, sumptuoso, na margem do rio Douro e com as paredes pintadas de rubi flamejante a contrastar com o verde intenso do seu jardim exótico: o edifício do hotel Six Senses Douro Valley.
Se conhece bem o Douro reconhecerá, aqui, o antigo hotel Aqua Pura. Mas, trata-se de uma mera miragem. Do antigo hotel e espaços interiores pesados e de inspiração tailandesa, resta apenas a memória, algumas fotografias e a infraestrutura do edifício. Tudo o resto mudou. Os espaços sociais são agora muito confortáveis e “open-space”, com uma decoração moderna que respeita a tradição vinícola do Douro e a história deste lugar, mas introduz novos elementos de design. Em geral, respira-se tranquilidade. A escolha dos elementos decorativos como as madeiras, os tons acastanhados, terra, cobres e dourados tornam o ambiente cálido e envolvente.
A receção é um espaço aberto com uma maravilhosa parede em cânhamo dourado, um corrimão de velas acesas e uma imponente mesa realizada em troncos de árvores centenárias. À chegada, o check-in é rápido e eficiente, quase privado. Servem-me um cálice de porto e uma toalhinha fria perfumada com óleos essenciais. Duas janelas gigantes, abertas de par em par, fazem o arvoredo entrar dentro do hall.
Depois acompanham-me até ao elevador. Surpresa. Ao abrir-se a porta do elevador panorâmico a paisagem cénica do vale do Douro engole-me. O elevador baixa devagar como se flutuasse no postal do Vale do Douro até chegar ao piso -2. A luz intensa do espelho de água e das colinas de vinha e verde é agora substituída pela intimidade de um ambiente escuro e enigmático. As portas de madeira dos quartos são iluminadas com uns números refletidos no chão, uma espécie de caleidoscópio dos sentidos.
O quarto
Abre-se a porta e não sou capaz de conter o “ahhh” de admiração. Um quarto amplo, luminoso, com a cama no espaço central e um grande e fofo colchão de dois metros de largura… “yupieee”! Uma janela enorme, de parede a parede, faz a paisagem entrar no espaço interior. Na lateral, a casa de banho decorada em tons escuros e sóbrios, um duche com dimensões galáticas e a perfeição do detalhe na composição dos amenities, velas, distribuidores de óleos aromáticos e toalhinhas. Um mimo.
O amplo espaço do quarto está divido com um desnível superior, onde se situa a sala com vista para a copa das árvores e uma misteriosa nesga do Rio Douro. A decoração é sóbria e elegante. Com recurso a madeiras escuras e vintage, tons bege e terra, sentimo-nos num espaço orgânico. Na mesinha da sala espera-nos uma fabulosa cesta de boas vindas com fruta fresca, um cartão personalizado, chocolates e uma garrafinha de cristal com vinho do Porto.
Junto à cama, encontro o sistema de domótica do quarto, desde onde se pode personalizar a iluminação, os estores, a temperatura e a privacidade. Para além dos controlos do quarto, o tablet oferece também aplicações com serviços do hotel, spa, restauração e informações meteorológicas.
Encontrei um livrinho adorável, com capas em cabedal personalizado com o menu das experiências. Desde provas de vinhos, a passeios temáticos pelos trilhos dos jardins, são várias as propostas de atividades para passar as horas de ócio e lazer. Chamou-me à atenção a prova de vinhos, que reservei de imediato e como estava a chover, marquei uma massagem no spa.
Zonas sociais de encantar
Deixemos por agora o impressionante quarto e vamos explorar as zonas sociais do Six Senses. A arquitetura do hotel está desenhada de forma a que a maior parte dos bares, restaurantes, biblioteca e espaços de lazer se encontrem localizados no mesmo andar. Os espaços sucedem-se num movimento fluido, que nos conduz de uma zona a outra sem barreiras ou interrupções. O tema central é o vinho produzido na região do Douro e por isso não é de estranhar a completa coleção de livros dedicados à paixão vinícola. Existem também uns ecrãs interativos onde se pode ler sobre as marcas, as mais de cem castas, as famílias e as quintas que conformam a história real do Douro. As velas acesas durante todo o dia emanam um perfume inebriante.
Há várias zonas de descanso e leitura, sofás confortáveis misturados com peças de design ou elementos decorativos coleccionados com gosto. As janelas abrem-se ao exterior revelando uma majestosa paisagem. Testemunhei um momento de poesia natural extrema. Para o espanto de todos os hóspedes, sobre a chuva e a neblina do rio, a Natureza desenhou-nos um arco-íris imperial que unia as duas margens do Douro. Sucedeu-se o óbvio, uma salva de palmas de júbilo!
O Spa – Um segredo bem guardado que lhe revelo neste post específico:
O incrível Spa do Six Senses no Douro
Um novo conceito de restauração
Existem dois restaurantes interligados no Six Senses Douro Valley. Em ambos casos estamos perante uma cozinha dos sentidos, que premeia os sabores e a autenticidade dos produtos em detrimento da estética ou da técnica. A assinatura da experiência gastronómica cabe a Ljubomir Stanisic, Chef Consultor e a Luis Borlido, Chef do hotel. Existe uma cozinha aberta com fogões de ferro e uma robusta mesa de madeira, continuamente enfeitada com ervas aromáticas frescas, frutas e enchidos da região. É também aqui onde se serve pelas manhãs, o buffet de pequeno-almoço, que também ganha prémio por ter uma das apresentações mais cuidadas do nosso país.
Almocei duas vezes neste restaurante, uma vez no espaço interior e outra no terraço com gloriosas vistas sobre as colinas, a fonte e as esculturas. Provei pratos simples mas muito bem elaborados e que contam histórias de muitas viagens. Encontram-se influências de vários lugares do mundo nesta carta, mas as receitas locais elaboradas com produtos da zona e produzidos no hotel, reinam as preferências. A carta de vinhos, como seria de esperar, reúne uma séria coleção vínica. Nas paredes, uma profusão de fotografias da família Serpa Pimentel lembra-nos que este é um lugar genuíno e amado por várias gerações, que deixaram as suas marcas e histórias pessoais escondidas entre as paredes centenárias da quinta.
Num salão contíguo, que abre as portas só para o jantar, funciona o restaurante “fine-dining” . A decoração é informal e inspirada na tradição portuguesa. A grande lareira com o fogo a crepitar, convida a serões prolongados com conversa animada e na companhia de uma boa garrafa de vinho. Azulejos portugueses e faiança tradicional dão um toque ainda mais lusitano ao lugar.
Pequeno-almoço para reis
Outra das razões pelas quais o Six Senses Douro Valley deveria merecer “seis estrelas” e não apenas cinco é o seu pequeno-almoço. Este é servido na sala afável do restaurante Vale de Abraão. A cozinha aberta transforma-se num buffet apresentado com um primor raramente encontrado em Portugal. Há uma estação de chás e tisanas preparadas ao momento com ervas frescas da horta, uma extraordinária disposição de frutas e preparados lácteos. A zona de enchidos e queijos espera-nos no ambiente fresco e íntimo da garrafeira. É surpreendente e muito agradável encontrar a disposição dos diferentes alimentos neste buffet interativo e com uma estética apetitosa.
Galeria do pequeno-almoço no Six Senses Douro Valley.
Prémios
São várias as organizações nacionais e internacionais de prestígio que têm destacado a excelência hoteleira do Six Senses Douro Valley. Recentemente a Conde Nast Traveler escolheu o resort para integrar a Gold List de 2017. Trata-se de uma lista de elite que reconhece os 60 hotéis e resorts mais impressionantes que abriram as suas portas durante os últimos 12 meses, desde o Oeste da Austrália até Baltimore. A propriedade também venceu a categoria de melhor resort na Europa da Gallivanter’s Guide 2017, UK e o melhor resort de Portugal da TripAdvisor, US, 2017. Estes são tempos áureos para a região do Douro, e este resort é uma das melhores ofertas hoteleiras de luxo que dispomos em Portugal.
Para mais informação:
Página Web: http://www.sixsenses.com/resorts/douro-valley/destination
Quinta de Vale Abraão, Samodães, 5100-758 Lamego Portugal
Tel: (+351) 254 660 600
E-mail: reservations-dourovalley@sixsenses.com
Aqui ficam algumas fotografias tiradas com o Iphone e que testemunham a beleza única deste lugar. Boa Viagem!
Créditos Fotográficos: Algarvist e Six Senses Douro Valley
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